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24 de nov. de 2014

Pesquisa "Pesquisadores que publicam em Periódicos Internacionais! Qual é a formação acadêmica? Há quanto tempo se formaram? De quais países trouxeram seus títulos? Aqui, neste artigo!"

A pesquisa "Pesquisadores que publicam em Periódicos Internacionais! Qual é a formação acadêmica? Há quanto tempo se formaram? De quais países trouxeram seus títulos? Aqui, neste artigo!" foi desenvolvida porque havia uma curiosidade em saber se a formação acadêmica no Brasil ou no exterior impactava a capacidade de publicações em revistas internacionais.

Para isso fez-se uma pesquisa em que foi analisada a formação dos autores que publicaram artigos em revistas internacionais da área de Administração, Ciências Contábeis e Turismo entre 2010 e 2012. Obviamente não se pôde fazer um censo, então foi delimitado estudar os programas com notas 6 e 7, que segundo a Capes devem receber essa nota quando possuem desempenho equiparado ao dos centros internacionais de pesquisa estrangeiros. Se enquadram nesses conceitos os programas de Administração da USP, FGV SP, FGV RJ e UFMG e de Contabilidade da USP.


Também não se analisou todos os artigos publicados pelos programas, limitando-se primeiramente a analisar apenas os artigos publicados em revistas com Qualis A1 e A2. No entanto, tantas são as revistas A1 e A2 mantidas por instituições brasileiras, no Qualis de Administração, Ciências Contábeis e Turismo, que decidiu-se eliminar as revistas sediadas no Brasil. Isso foi feito porque mesmo que essas revistas tenham comitês editoriais compostos por docentes de instituições estrangeiras, é inegável que elas contém muito mais relações com brasileiros do que se poderia admitir para uma análise da formação do pesquisador em sua capacidade de escrever papers que sejam avalizados por pesquisadores maior grau de imparcialidade assegurado.


Feito isto, e eliminados também os artigos que possuíam 9, 10 e 51 autores, identificou-se que os cinco programas publicaram juntos, 135 artigos. Esses 135 foram resultado de 382 autorias. Depois fez-se a identificação de quem pertenciam essas autorias e verificou-se um total de 269 autores, dos quais um único autor contribuiu em 6 papers.


Cada artigo foi acessado e as afiliações dos autores foram analisadas. 61,2% indicavam autorias exclusivamente brasileiras. 33,6% indicavam autorias de autores brasileiros e estrangeiros. 5,2% indicavam autores exclusivamente estrangeiros. (!?) OK, eram pesquisadores brasileiros mas que informaram apenas suas afiliações das instituições em que fizeram seus pós-doutorados no exterior.


Também foram identificadas ocorrências, principalmente nas revistas que mais publicaram trabalhos de brasileiros, de existir um docente brasileiro dentro do comitê editorial. 


Por fim, mas não menos importante, o trabalho identificou que a diferença de médias de publicações dos grupos de autores que fizeram graduação, mestrado e pós-doutorado no Brasil ou no exterior não foram estatisticamente significantes. No entanto, a pesquisa identificou que a média de publicações de autores que fizeram doutorado integralmente no Brasil foi estatisticamente significante e menor que a média de publicações de autores que fizeram o doutorado exclusivamente no exterior. A diferença da média de publicações de autores que fizeram doutorado sandwich no exterior não foi estatisticamente diferente nem de quem fez o doutorado exclusivamente no exterior, nem de quem fez o doutorado exclusivamente no Brasil. Possivelmente uma amostra maior é necessária para elucidar esse problema. 


Deve-se sublinhar, no entanto, que os testes de diferenças de médias ocorreram somente com pesquisadores que tiveram pelo menos um caso de sucesso em publicação internacional. Não se fez um teste comparativo entre pesquisadores que publicam no Brasil ou fora e pesquisadores que se formaram no Brasil ou fora. Fez-se apenas testes para saber se entre os pesquisadores que publicam fora, quem teve formação no Brasil ou fora, publicou mais ou menos. 


Mas diante desses resultados, levanta-se questões incômodas como: 

  • será que os periódicos estrangeiros discriminam artigos de autores brasileiros?
  • será que ter um autor estrangeiro ajuda o artigo a ser aceito? 
  • será que ter um autor brasileiro com doutorado estrangeiro ajuda o artigo a ser aceito? 
  • será que mostrar as afiliações estrangeiras ajuda o artigo ser publicado? 
  • será que ter um colega docente da mesma instituição como membro do comitê da revista ajuda a abrir as portas da publicação internacional? 


Essas são perguntas incômodas que estão longe de receber respostas concretas mas constituem terreno fértil para novos estudos.


O artigo na íntegra pode ser acessado clicando em "Download this paper" no site http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2529508


Sugestões, comentários e correções podem ser enviadas para sandrovs@usp.br

20 de nov. de 2014

Resenha do Livro Oportunidades Disfarçadas, de Carlos Domingos

Este livro foi uma surpresa agradável. Comprei depois de folhear algumas páginas em passagem por uma livraria. O livro trata de dezenas de casos de empresas que enfrentavam dificuldades e encontraram nessas dificuldades uma oportunidade. Daí o título Oportunidades Disfarçadas.

O livro é baseado em diversas histórias contadas de forma bastante sucinta. Antes de recomendar a leitura do livro, prefiro ilustrar o que tem dentro dele com um caso do capítulo Oportunidades Disfarçadas na Falta de Recursos:

"Às vezes, o problema da sua empresa pode ser a falta de verba para alugar um bom ponto comercial. Em vez de desanimar, lembre-se da sabedoria popular: "Há males que vem para o bem."

Ninguém queria saber daquele local: um estabelecimento no meio de uma íngreme ladeira. Para subir, era cansativo. Para descer, incômodo. Por isso, o valor do aluguel era baixo. Tão baixo que até aquele jovem recém-formado em bioquímica pôde alugar. Com alguns amigos, Miguel inaugurou ali sua pequena farmácia de manipulação.

Com o passar do tempo, o rapaz fez uma importante constatação: a ladeira fazia com que as clientes preferissem esperar o medicamento ficar pronto na própria loja, porque, se voltassem mais tarde, teriam que subir novamente a rampa.

Como as mulheres ficavam ali paradas sem fazer nada, Miguel viu a oportunidade de expor cremes e xampus nas vitrines. Iniciou então a produção artesanal de uma linha própria de cosméticos. Enquanto aguardavam, as consumidoras podiam experimentar os produtos e conhecer os lançamentos. Foi uma forma esperta de incrementar as vendas.

Antes de revelar o nome desta empresa, vou relatar outro episódio agora relacionado à expansão do negócio. 

O ponto inicial estava indo tão bem que Miguel planejou abrir uma filial. Mas onde? As principais ruas de Curitiba (onde a história ocorreu) e os locais mais movimentados eram muito caros. Além disso, o episódio da ladeira estimulava a busca por um ponto desvalorizado e que contivesse uma oportunidade disfarçada.

Na época, o final dos anos 1970, perfumes só eram encontrados em dois tipos de estabelecimentos: os baratos, em farmácias populares, e os caros, em lojas de importados. Ninguém havia pensado ainda em aeroportos.

Para Miguel, a localização parecia adequada. Havia grande circulação de pessoas e a concorrência ainda não estava lá. Ele e os sócios montaram no saguão do Afonso Pena, em Curitiba, uma loja de cosméticos diferente. Não era solene e pesadona como as de artigos importados, nem popular e simples, como as farmácias comuns. Pelo contrário: arejada, com visual leve, madeira clara e flores. O preço da linha não era nem alto nem baixo, também intermediário.

Novamente, ocorreu uma surpresa agradável: os passageiros e a tripulação das companhias áereas adquiriam perfumes e cosméticos da marca e os levavam para suas cidades de origem. Como o valor era atraente, as comissárias compravam os produtos para revendê-los em outras regiões do país, tornando a marca nacionalmente conhecida.

Logo surgiram convites para abertura de franquias em outros aeroportos. Foi assim que, com visão e sorte, Miguel Krigsner transformou O Boticário na maior rede de franquias de perfumaria do mundo. Atualmente, a marca possui mais de 2.400 lojas em 24 países." (Domingos, 2009, p. 98-99)

Interessante, não? O livro contém dezenas de histórias como essas. E penso que isso dá duas utilidades para o livro. A primeira é o conhecimento de soluções criativas para problemas do cotidiano das empresas. O autor realizou uma ampla pesquisa a qual a maioria de nós não dispõe de tempo para realizar.

A segunda é o estímulo que estas histórias podem proporcionar para estudantes dos cursos de Administração e Ciências Contábeis. A utilização de um livro como esse em sala de aula pode permitir aos estudantes uma oportunidade de reflexão sobre as empresas em que atuam e mesmo sobre a criação de novos empreendimentos.

Oportunidade Disfarçadas, Carlos Domingos
Editora Sextante
R$ 17,90 nas americanas.com

O primeiro capítulo encontra-se disponível online no link http://www.livrariascuritiba.com.br/Capitulo/LV248334.pdf



Referência

DOMINGOS, C. (2009). Oportunidades disfarçadas. Rio de Janeiro: Sextante.

16 de nov. de 2014

Os retornos financeiros da obtenção do título de mestre e doutor em Contabilidade

Existem diversos motivos que levam um bacharel a buscar o ingresso em um curso de mestrado. Entre eles pode-se elencar com bastante segurança que estão a busca por maior qualificação profissional, a atualização dos conhecimentos adquiridos durante o bacharelado, o desenvolvimento das habilidades docentes, e certamente, o aumento da remuneração.

Quatro pesquisas desenvolvidas no Brasil apontam que a remuneração média depois do mestrado e doutorado é maior do que a remuneração média antes do mestrado e doutorado e que essas diferenças são estatisticamente significantes (Cunha, 2007; Moraes, 2010; Martins, 2009 e Barth et al., 2013).

Cunha (2007) deve ter realizado a primeira grande pesquisa no Brasil que discute o impacto de um curso de doutorado em Contabilidade na vida de seus egressos. Em sua tese, a autora identificou que a 51,5% dos ingressantes, a principal atividade remunerada era o mercado, enquanto que para 68,9% dos egressos a principal atividade remunerada era a academia.

A autora identificou três coisas interessantes acerca dos doutores em Controladoria e Contabilidade pela USP.

A primeira é que para os doutores cuja principal fonte de renda é o mercado, a média de remuneração à época da pesquisa (média R$ 16.000,00 com desvio-padrão R$ 3.729) é estatisticamente maior que a média de remuneração no início do curso (média R$ 9.238,46 com desvio-padrão de R$ 4.759,95).

A segunda é que para os doutores cuja principal fonte de renda é a academia, a média de remuneração à época da pesquisa (média R$ 9.750,00 com desvio-padrão R$ 4.576,59) é estatisticamente maior que a média de remuneração no início do curso (média R$ 6.206,35 com desvio-padrão de R$ 3.571,43).

A terceira é que média de remuneração dos doutores cuja principal fonte de renda é o mercado (média R$ 16.000,00 com desvio-padrão R$ 3.729) é maior do que a média de remuneração dos doutores cuja principal fonte de renda é a academia (média R$ 9.750,00 com desvio-padrão de 4.576,59).

Em síntese, a remuneração depois do doutorado é maior, independente da principal origem ser academia ou mercado, do que antes do doutorado e entre os egressos a remuneração é maior para quem atua no mercado.

Moraes (2010) realizou estudo bastante similar ao de Cunha (2007), mas cujo escopo eram os egressos do mestrado em Controladoria e Contabilidade da USP.

O autor fez constatações igualmente interessantes: i. identificou que a remuneração média em 2010 dos mestres que tem o mercado como sua principal fonte de renda é estatisticamente superior do que quando ingressaram no curso; ii. identificou que a remuneração média em 2010 dos mestres que tem a academia como sua principal fonte de renda é estatisticamente superior do que quando ingressaram no curso e iii. identificou que a remuneração média de quem tem o mercado como principal fonte de renda é superior da remuneração média de quem tem a academia como principal fonte de renda.

Embora o autor não divulgue as médias de remuneração, fornece as remunerações por faixas segundo a tabela abaixo:


Martins (2009) também investigou o efeito do mestrado na remuneração de egressos mas o fez no programa multiinstitucional da UnB/UFPB/UFRN. O autor ainda dividiu sua análise entre núcleo Brasília e núcleo Nordeste. As médias salariais identificadas pelo autor são mostradas na Tabela abaixo, extraída da dissertação.


O autor identificou que a diferença entre das médias de remuneração do mercado e da academia são estatisticamente significativas. Por fim, Barth et al. (2013) fizeram estudo em que identificaram situação similar junto a egressos do mestrado em Contabilidade da UFSC. A média da remuneração antes do ingresso no mestrado era de R$ 2.636 e depois de terminar o mestrado foi de R$ 3.846.

Esses trabalhos indicam fortemente que a remuneração tende a ser maior depois que os mestrados e doutorados são concluídos. No entanto nenhum deles isola o fator ‘formação’. Existe uma série de variáveis que que interferem no aumento dessas remunerações. No trabalho de Barth et al. (2013), por exemplo, os autores indicam que metade dos mestres que obtiveram aumento de renda com mudança de classe social também cursaram o doutorado além do mestrado.

Um outro fator importante é que muitos dos aumentos de renda obtidos pelos egressos são devidos a mecanismos formais do plano de carreira de órgãos públicos que dão garantias de aumento aos mestres e doutores antes mesmo do ingresso no programa de mestrado e doutorado: são as chamadas retribuições por titulação. O Plano de Carreira da Docência no Nível Superior Federal, por exemplo, é estruturado de forma que determinadas classes são restritas a portadores de determinados títulos: Adjunto precisa possuir doutorado, Assistente precisa possuir mestrado, Auxiliar, se for graduado ou especialista e divididas em regimes de 20h, 40h e Dedicação Exclusiva.

O professor que ingressa como Assistente no regime de Dedicação Exclusiva possui retribuição por título de mestrado de R$ 2.020,25. Já o professor que ingressa como Adjunto no regime de Dedicação Exclusiva possui retribuição por título de doutorado de R$ 5.051,87. (As tabelas completas de retribuição podem ser encontradas aqui: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/Lei/L12863.htm) . Ou seja, há uma diferença substancial de remuneração quando ocorre a obtenção de um novo título. Essa alteração não se dá da mesma forma quando se trata de aumento da remuneração por reconhecimento de qualificação da mão-de-obra do egresso pelo mercado de trabalho não acadêmico e esse fator também deveria ser isolado por pesquisas futuras.

Por fim, esses quatro trabalhos tratam de egressos dos cursos de mestrado e doutorado em Controladoria e Contabilidade da USP, no mestrado em Ciências Contábeis da UnB/UFPB/UFRN e do mestrado em Contabilidade da UFSC. Seria interessante se trabalhos similares fossem desenvolvidos por pesquisadores nos outros 20 mestrados acadêmicos e profissionais e nos outros 3 doutorados que já possuem egressos.

Referências

CUNHA, Jacqueline Veneroso Alves da. Doutores em ciências contábeis da FEA/USP: análise sob a óptica da teoria do capital humano. 2007. 269 f. Tese (Doutorado) - Curso de Doutorado em Controladoria e Contabilidade, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-17102007-173046/>. Acesso em: 16 nov. 2014.

MARTINS, Orleans Silva. Mestres em Ciências Contábeis pelo Programa Multiinstitucional da UNB/UFPB/UFPE/UFRN: Uma análise a partir de suas percepções e avaliações. 2009. 126 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-graduação em Ciências Contábeis, Universidade de Brasília – Unb, João Pessoa, 2009. Disponível em: <http://www.cca.unb.br/images/dissert_mest/mest_dissert_166.pdf>. Acesso em: 16 nov. 2014.

MORAES, Romildo de Oliveira. Mestres em Ciências Contábeis sob a Óptica da Teoria do Capital Humano. 2010. 157 f. Tese (Doutorado) - Curso de Doutorado em Controladoria e Contabilidade, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-10052010-150158/>. Acesso em: 16 nov. 2014.

BARTH, Tiago Guimarães et al. A relação custo-benefício socioeconômica da pós-graduação: uma análise na percepção dos mestres em contabilidade da Universidade Federal de Santa Catarina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS, 20., 2013, Uberlândia. Anais... . Uberlândia: Abcustos, 2013. p. 1 - 16. Disponível em: <http://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/viewFile/119/119>. Acesso em: 16 nov. 2014.

13 de nov. de 2014

Como andam as vagas em Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em Contabilidade e Controladoria

No final do ano de 2010, eu e mais 3 pessoas escrevemos um artigo em que examinávamos quantas vagas haviam nos programas de pós-graduação stricto sensu em Contabilidade e Controladoria. Na época haviam 19 programas de pós-graduação que ofertavam mestrado acadêmico (18) e profissional (1) e 4 ofertavam doutorado. Esses programas ofertaram para ingresso em 2011, 343 vagas para mestrado e 39 vagas de doutorado (Soares et al., 2011). Na época, o número médio de vagas ofertado por programas de mestrado foi dezoito e por programas de doutorado foi 9,75.

Em novembro de 2014, eu tornei a coletar os dados no site da Capes e identifiquei a existência de 19 mestrados acadêmicos, 4 mestrados profissionais, e 9 doutorados. Destes foram identificados editais para turmas com ingresso em 2015 de 18 mestrados acadêmicos, 1 mestrado profissional e 8 doutorados.

O mestrado e doutorado do consórcio UNB/UFPB/UFRN não ofertou edital pois afirma em seu site que estão passando por processo de desmembramento e criação de novos mestrados e doutorados junto a Capes. O mestrado profissional em Administração e Controladoria da UFC afirma em seu site que não ofertará edital para ingresso em 2015, e não foi possível identificar nenhuma informação nos sites dos mestrados profissionais da FUCAPE e UFAM.

Para 2015, os programas ofertaram 316 vagas para mestrado acadêmico, 35 para mestrado profissional e 71 vagas para doutorado.

A presidente da Abracicon, Maria Clara Bugarim, em 16 de setembro de 2014 afirmou que havia no país 3.264 mestres e 275 doutores em Contabilidade. Já as Sinopses Estatísticas da Educação Superior do INEP de 2013 (a mais recente disponível) informam a existência 1168 cursos presenciais de Ciências Contábeis e 39 a distância, o que dá um total de 1207 cursos (Santos, 2014; INEP, 2014).

Considerando que há 275 doutores em Contabilidade hoje, considerando que a cada ano as 71 vagas sejam preenchidas (o que é sabido que não acontece como mostram os resultados dos processos seletivos já divulgados este ano), considerando que todos os ingressantes concluam o curso (o que também é sabido que não acontece devido ao histórico de desistências), considerando que o número de cursos de Ciências Contábeis não aumente (o que também sabemos que não ocorre devido a tendência de leve crescimento apresentada nos último anos) teremos um doutor para cada curso de Ciências Contábeis em 2027.

Referências

INEP. Sinopses Estatísticas da Educação Superior em 2013. Disponível em: < http://download.inep.gov.br/informacoes_estatisticas/sinopses_estatisticas/sinopses_educacao_superior/sinopse_educacao_superior_2013.zip >. Acesso em: 13 nov. 2014.

Santos, F. Curso de Ciências Contábeis é um dos mais procurados do País. Disponível em: < http://www.portalcfc.org.br/noticia.php?new=17352>. Acesso em: 13 nov. 2014.


Soares, S. V., Will, A. R., Miranda, M. P., & Pfitscher, E. D. (2011). Pós-Graduação Em Ciências Contábeis No Brasil: Contexto E Processo De Seleção. Revista Ambiente Contábil, 3(2), 59-74.